Já imaginou terminar um jogo em horas ou até minutos, enquanto outros jogadores passam dias, ou até semanas, avançando pelas mesmas fases? É isso que os speedrunners fazem todos os dias: desafiam as regras tradicionais dos games e encontram formas surpreendentes de encurtar o tempo de jogabilidade.
Neste artigo, vamos revelar como esses jogadores descobrem atalhos ocultos, utilizam glitches e quebram os limites dos games de maneiras que você talvez nunca tenha imaginado.
Nosso foco será em jogos menos explorados no mundo do speedrun, como Portal Stories: Mel e Shadow of the Colossus. Esses títulos escondem oportunidades incríveis para estratégias secretas e mostram que o universo do speedrun vai muito além dos games mais conhecidos.
O que é Speedrunning e Por que Atalhos São Essenciais?
Speedrunning é a prática de completar um jogo no menor tempo possível, seja aproveitando todas as mecânicas planejadas pelos desenvolvedores ou explorando formas criativas de “quebrar” as regras do jogo. A essência do speedrunning está em otimizar cada movimento, salto ou ação, garantindo que nenhum segundo seja desperdiçado. Para alcançar os melhores tempos, os jogadores precisam dominar o jogo de maneira tão profunda que acabam descobrindo estratégias que ninguém jamais pensou antes.
É aqui que entram os atalhos e glitches. Glitches são erros ou falhas no código do jogo que permitem aos jogadores fazer coisas inesperadas, como atravessar paredes, pular seções inteiras ou manipular a física do jogo. Já os atalhos podem ser rotas menos óbvias, planejadas ou não pelos desenvolvedores, que reduzem significativamente o tempo necessário para completar uma fase ou objetivo.
Por exemplo, no clássico Super Mario 64, um dos glitches mais famosos é o “Backwards Long Jump” (BLJ), que permite a Mario atravessar portas que normalmente só se abririam após coletar um certo número de estrelas. Outro exemplo icônico está em The Legend of Zelda: Ocarina of Time, onde speedrunners usam um glitch para acessar o castelo final no início do jogo, evitando a maior parte da jornada.
Como Speedrunners Descobrem Estratégias Secretas
A descoberta de estratégias secretas no mundo do speedrunning é uma combinação de dedicação, colaboração e até sorte. Os jogadores utilizam diversas abordagens para explorar os limites dos jogos, transformando o que parece ser apenas entretenimento em um verdadeiro laboratório de experimentação.
Comunidade e Colaboração
A comunidade de speedrunning é incrivelmente ativa e engajada. Fóruns especializados, redes sociais, e plataformas como Speedrun.com são o ponto de encontro para jogadores compartilharem descobertas, discutirem estratégias e até criarem guias detalhados para quem deseja aprender. Essas colaborações são fundamentais para evoluir o cenário do speedrun, pois muitas das melhores estratégias são resultado do esforço coletivo de diversos jogadores ao redor do mundo.
Testes Infinitos
Speedrunners dedicam horas – e às vezes até meses – testando cada mecânica e detalhe do jogo. Eles pulam repetidamente em uma mesma parede, tentam interagir com objetos de formas não convencionais e exploram cada canto do mapa em busca de falhas ou atalhos. É um processo exaustivo, mas que frequentemente revela maneiras inesperadas de otimizar o tempo.
Análise de Código
Para os mais técnicos, o speedrunning vai além da tela do jogo. Muitos jogadores chegam a analisar o código-fonte de games (quando disponível) ou utilizam ferramentas como emuladores para mapear comportamentos específicos da física, colisões e outras mecânicas. Essa abordagem permite encontrar glitches que seriam praticamente impossíveis de identificar apenas jogando.
Inspiração Aleatória
Às vezes, a descoberta de glitches acontece por puro acaso. Relatos de glitches acidentais incluem jogadores que, sem querer, pulam no lugar errado ou usam um item de forma incomum e acabam “quebrando” o jogo. Esses momentos podem parecer sorte, mas a curiosidade e o olhar atento dos speedrunners transformam pequenos erros em grandes estratégias.
Essas diferentes formas de exploração mostram que o speedrunning é uma arte que mistura criatividade, ciência e trabalho em equipe. Cada glitch ou atalho descoberto é um passo à frente no domínio de um jogo, revelando possibilidades que vão além da experiência planejada pelos desenvolvedores.
Explorando Games Menos Conhecidos no Speedrun
Embora jogos populares como Super Mario 64 e The Legend of Zelda: Ocarina of Time dominem o cenário de speedrunning, existem títulos menos conhecidos que também oferecem um terreno fértil para estratégias criativas e descobertas impressionantes. Vamos explorar dois desses jogos: Portal Stories: Mel e Shadow of the Colossus.
Portal Stories: Mel
Portal Stories: Mel é uma expansão não oficial do clássico Portal 2, oferecendo desafios complexos e mecânicas de física baseadas nos icônicos portais do jogo original. No mundo do speedrunning, o game ganhou destaque devido ao uso criativo de glitches de física e manipulação de portais.
Uma das estratégias mais conhecidas é o chamado “Edge Glitch”, onde os jogadores conseguem atravessar paredes ou ativar portais em locais normalmente inacessíveis. Além disso, o uso preciso de “bunny hopping” – uma técnica que permite ganhar velocidade ao pular repetidamente – é essencial para otimizar o tempo em diversas seções do jogo.
Atualmente, os recordes de speedrun desse título são impressionantes, com jogadores concluindo o jogo em menos de 30 minutos. Esses tempos só são possíveis graças à dedicação da comunidade, que continuamente descobre novas formas de quebrar os desafios planejados pelos desenvolvedores.
Shadow of the Colossus
Shadow of the Colossus é um clássico amado por sua narrativa emocional e batalhas épicas contra colossos gigantes. No mundo do speedrunning, o foco está em encontrar formas de derrotar os colossos de maneira rápida e eficiente, muitas vezes manipulando a IA (inteligência artificial) deles para forçar comportamentos imprevisíveis.
Uma das técnicas mais utilizadas é o “Stagger Glitch”, onde os speedrunners interrompem as animações dos colossos para deixá-los vulneráveis mais cedo do que o normal. Além disso, a exploração do terreno revela atalhos inesperados, como rotas que permitem alcançar os colossos sem passar por seções demoradas do mapa.
Um exemplo marcante é a luta contra o terceiro colosso, onde uma manipulação da física permite escalar rapidamente para o ponto vulnerável do inimigo, economizando minutos preciosos. Combinando essas estratégias, jogadores experientes conseguem concluir o jogo inteiro em menos de 1h30, algo impressionante para um título tão focado em exploração e narrativa.
Atalhos Ocultos: Exemplos e Estratégias Surpreendentes
Vamos explorar como as especificidades de alguns títulos geram inovações inesperadas e como essas descobertas mudam completamente o cenário competitivo.
Games com Mecânicas Únicas: Especificidades de Certos Jogos Levam a Descobertas Inovadoras
Alguns jogos possuem mecânicas tão distintas que abrem portas para atalhos e glitches inéditos. Por exemplo, The Talos Principle, um jogo de quebra-cabeças em primeira pessoa, é um exemplo perfeito de como uma mecânica central – a manipulação de torres de energia – pode ser usada de formas nunca imaginadas pelos desenvolvedores. Speedrunners exploraram como a interação entre as torres e a física do jogo pode ser manipulada para realizar saltos de distância e alcançar áreas inacessíveis, um truque que economiza muito tempo em várias partes do jogo.
Outro exemplo é Cuphead, um jogo com um estilo visual inspirado em desenhos animados antigos, mas com uma dificuldade brutal. A habilidade dos jogadores de usar “invencibilidade por colidir com um inimigo” para passar rapidamente por fases com muitos obstáculos mudou a abordagem do jogo, permitindo novas rotas mais rápidas e estratégias de combate que desafiam a lógica tradicional.
Relatar Casos de Descobertas que Mudaram Totalmente o Cenário Competitivo de um Game
Descobertas inesperadas alteram completamente o cenário competitivo de um jogo. Um caso clássico é o de Super Mario 64, onde a técnica do “Backwards Long Jump” (BLJ) foi descoberta, permitindo que Mario ultrapassasse portas e barreiras que antes eram inacessíveis. Essa descoberta fez com que os tempos de speedrun caíssem drasticamente, mudando as estratégias de jogadores ao redor do mundo. A utilização desse glitch fez com que o jogo se tornasse um dos títulos mais populares para speedrunning, com uma comunidade sempre em busca de novas maneiras de otimizar ainda mais o tempo.
Em The Legend of Zelda: Breath of the Wild, uma técnica conhecida como “bullet time bounce” permitiu que jogadores pulassem grandes distâncias e percorressem áreas do mapa de maneira incrivelmente rápida. Isso não só alterou a forma como o jogo era jogado, mas também levou à redefinição de como os speedrunners abordavam a exploração e os objetivos dentro do mundo aberto.
Comparações Entre Títulos Conhecidos e Menos Explorados
Quando comparamos títulos mainstream com os menos explorados no mundo do speedrun, fica claro como a criatividade dos jogadores pode transformar qualquer jogo, independentemente de sua popularidade. Super Mario 64 e Portal são exemplos de games com uma enorme comunidade de speedrunning, onde glitches e atalhos são amplamente conhecidos e documentados. No entanto, quando olhamos para jogos como Shadow of the Colossus e Portal Stories: Mel, percebemos que títulos menos badalados oferecem desafios únicos que são igualmente fascinantes para os speedrunners.
Esses jogos menos explorados, como The Talos Principle ou Journey, têm mecânicas que, à primeira vista, não parecem ser ideais para speedrun. Contudo, à medida que as comunidades se aprofundam na exploração de cada detalhe, novas estratégias surgem, mostrando que qualquer jogo, desde que tenha uma base sólida, pode ser perfeito para ser desafiado por speedrunners criativos.
Por Que Jogos Clássicos São Um Terreno Fértil para Speedrunning
Jogos clássicos ocupam um lugar especial no coração dos speedrunners, não apenas pela nostalgia, mas também pelas inúmeras oportunidades que oferecem para a exploração de glitches e estratégias inovadoras. Eles são um verdadeiro terreno fértil para speedrun, por essas razões:
Limitações Tecnológicas e Glitches Abundantes
Os games clássicos, especialmente os lançados nas décadas de 80 e 90, foram desenvolvidos com limitações tecnológicas significativas. Processadores mais lentos, memória limitada e ferramentas de desenvolvimento rudimentares muitas vezes resultaram em bugs e falhas no código. Na época, corrigir esses problemas não era tão simples como hoje, onde atualizações e patches podem ser lançados rapidamente.
Essas limitações tecnológicas criaram oportunidades para glitches que permitem atravessar paredes, manipular eventos ou até mesmo pular fases inteiras. Jogos como The Legend of Zelda: Ocarina of Time e Super Metroid são exemplos perfeitos, onde glitches como “wrong warps” e “sequence breaks” redefiniram a forma como os jogos são completados.
O Apelo Nostálgico de Revisitar Jogos de Forma Diferente
Para muitos jogadores, revisitar games clássicos é como voltar no tempo. No entanto, o speedrunning oferece uma perspectiva completamente nova para esses jogos. Ao invés de jogá-los da forma tradicional, os speedrunners os abordam como desafios técnicos, explorando mecânicas e limites que talvez tenham passado despercebidos na infância.
Essa nostalgia, aliada à emoção de descobrir algo novo em um jogo antigo, mantém esses títulos relevantes para uma nova geração de jogadores e criadores de conteúdo. Cada glitch ou estratégia descoberta é uma forma de manter o espírito desses jogos vivo, décadas após o seu lançamento.
Relevância Contínua dos Games Antigos
O speedrunning é, em muitos casos, responsável por manter a relevância de jogos antigos no cenário atual. Títulos como Super Mario Bros., Donkey Kong Country e Castlevania: Symphony of the Night ainda são amplamente jogados e debatidos, em grande parte graças às comunidades de speedrunning.
A descoberta de novas estratégias nesses jogos cria um fluxo constante de interesse e mantém o público engajado. A cada novo recorde ou glitch revelado, esses games voltam aos holofotes, mostrando que ainda têm muito a oferecer.
Dicas para Iniciantes no Speedrunning
Você não precisa ser um expert em jogos ou ter equipamentos avançados para começar. Com as escolhas certas e um pouco de prática, qualquer jogador pode dar os primeiros passos nessa jornada emocionante. Aqui estão algumas dicas:
Escolha do Jogo Certo
O primeiro passo é escolher um jogo que você goste e conheça bem. Games com mecânicas simples e tempos de conclusão mais curtos são ótimas opções para iniciantes, pois permitem que você pratique e experimente sem se sentir sobrecarregado. Títulos como Super Mario Bros. (NES), Celeste e Shovel Knight são frequentemente recomendados para iniciantes, pois têm comunidades ativas e guias disponíveis para ajudar.
Se preferir algo menos mainstream, explore jogos menores ou indie. Além de serem divertidos, esses títulos podem ter rotas menos saturadas e oportunidades para você se destacar com recordes pessoais.
Estudo e Testes
Uma parte essencial do speedrunning é estudar o jogo escolhido. Comece assistindo a runs de outros jogadores em plataformas como YouTube ou Twitch para entender as estratégias e rotas mais utilizadas. Em seguida, pratique cada seção do jogo separadamente antes de tentar uma run completa.
Para explorar glitches, tenha paciência e esteja disposto a testar repetidamente. Experimente interagir com objetos de maneiras não convencionais, explore cantos do mapa que normalmente passariam despercebidos e tente ações fora do padrão, como usar itens em lugares improváveis ou realizar saltos aparentemente impossíveis.
Explore Games Menos Populares
Se o seu objetivo é se destacar rapidamente, considere explorar jogos menos conhecidos no cenário do speedrunning. Muitos desses títulos ainda têm poucas runs registradas, o que significa mais chances de você descobrir novas estratégias ou até mesmo estabelecer recordes mundiais.
Além disso, games menos explorados oferecem uma sensação única de aventura e descoberta. Você pode ser o pioneiro em encontrar atalhos, glitches e rotas, contribuindo para o crescimento da comunidade em torno daquele jogo.
Os speedrunners nos mostram que jogos clássicos podem ser muito mais do que apenas nostalgia; eles podem ser plataformas para criatividade, descoberta e inovação. Estratégias secretas, atalhos e glitches não apenas redefinem a experiência de jogar, mas também desafiam os limites originalmente impostos pelos desenvolvedores.
Explorar esses jogos sob uma nova perspectiva não é apenas emocionante, mas também uma oportunidade de reviver aventuras que marcaram gerações de uma forma completamente diferente. Cada glitch descoberto, cada recorde alcançado ou cada atalho revelado é uma prova de que ainda há muito a ser explorado em títulos que já considerávamos dominados.
Então, que tal você se aventurar nesse universo? Escolha um jogo clássico, experimente algo novo e veja onde sua criatividade pode levar você. Talvez o próximo grande atalho ou recorde esteja esperando para ser descoberto!
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